“Eu traduzo a linguagem da escola”
educação na sombra e as práticas educativas de explicadoras em comunidades tradicionais brasileiras
DOI:
https://doi.org/10.58041/aprender.241Palavras-chave:
comunidades de pescadores, explicadoras, Pedagogia da Hospitalidade, Teoria das Representações SociaisResumo
O artigo objetiva compreender as práticas educativas das explicadoras que atuam em duas comunidades de pescadores localizadas às margens da Baía de Guanabara, no estado do Rio de Janeiro, Brasil. As explicadoras são profissionais docentes, em geral mulheres, que atuam em comunidade periféricas, ensinando estudantes com dificuldades, que são organizados em pequenas turmas. O suporte teórico está pautado na Pedagogia Social, na perspectiva da Pedagogia da Hospitalidade, de Isabel Baptista, e na Teoria das Representações Sociais, na abordagem societal, de Willem Doise, com foco na primeira etapa do seu modelo tridimensional, as crenças em comum. A metodologia está baseada na análise retórico-filosófica dos discursos obtidos a partir de entrevistas semiestruturadas realizadas com as participantes, no total de 07. Podemos apontar dos dados obtidos com a pesquisa que as explicadoras possuem crenças em comum de que a sua atividade é diferenciada daquela existente no sistema oficial de ensino, pois conseguem traduzir a linguagem da escola para os estudantes, sendo reconhecidas pelas comunidades em que atuam. Observarmos também a presença da alteridade e dos laços sociais, nas práticas educativas desenvolvidas pelas explicadoras, que consideram o aluno na sua individualidade, acolhendo-o e respeitando, de forma ética, a sua história de vida e a sua inserção no espaço comunitário.
Referências
Almeida, A. (2009). Abordagem societal das representações sociais. Dossiê: Representações sociais: ampliando horizontes disciplinares. Sociedade e Estado 24(3), 713-737. https://doi.org/10.1590/S0102-69922009000300005
Alves-Mazzotti, A., & Gewandsznajder F. (1999). O método nas ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. Pioneira.
Aristóteles (2019). Retórica [livro eletrônico]. Edipro. https://edipro.com.br/livro/retorica/
Baptista, I. (2005). Dar rosto ao futuro: a educação como compromisso ético. Profedições.
Baptista, I. (2008). Hospitalidade e eleição intersubjectiva: sobre o espírito que guarda os lugares. Revista Hospitalidade. (2), 5-14. https://www.revhosp.org/hospitalidade/article/view/150/175
Brasil. (2016). Resolução nº 510, de 07 de abril de 2016. Diário Oficial da União, Brasília, DF.
Bray, M., & Ventura, A. (2024). Educação na sombra na América Latina: montando o quebra-cabeças. Revista Española de Pedagogía, 82(288), 193-220. https://doi.org/10.22550/2174-0909.4059
Caliman, G. (2011). Pedagogia Social no Brasil: evolução e perspectivas. Orientamenti Pedagogici, Edizioni Erickson 58(3), 485-503. https://socialeducation.files.wordpress.com/2020/05/caliman-2011-pedagogia-social-no-brasil.pdf
Doise, W. (1992). L'ancrage dans les études sur les représentations sociales. Bulletin de psychologie, 45(405), 189-195. https://www.persee.fr/doc/bupsy_0007-4403_1992_num_45_405_14126
Doise, W. (2002). Da psicologia social à psicologia societal. Psicologia: Teoria e Pesquisa (1), 27-35. https://doi.org/10.1590/S0102-37722002000100004
Doise, W. (2014). Sistema e Metassistema. In A. Almeida, M., Santos, & Z. Trindade (Org.) (2ª ed.), Teoria das representações sociais: 50 anos (pp. 164-211). Technopolik.
Ferreira, A. (2012). Representações sociais e identidade profissional: elementos das práticas educacionais com os pobres. Letra Capital.
Mattos, L. (2007). Explicadoras do Rio de Janeiro: encontros e desencontros em trajetórias profissionais singulares. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Brasília, 88(218), 140-156. https://doi.org/10.24109/2176-6681.rbep.88i218.768
Mazzotti, T. (2003). Metáfora: figura argumentativa central na coordenação discursiva das representações sociais. In P. Campos, & M. Loureiro (Orgs), Representações Sociais e Práticas Educativas (pp. 89-102). Ed. da UCG.
Moscovici, S. (2012). A psicanálise, sua imagem e seu público. Vozes.
Pinto, J., Costa, J., & Silva, J. (2014). Explicações, escolas e sucesso educativo: reflexão em torno da educação sombra. Indagatio Didactica, 6(4), 24-36. https://doi.org/10.34624/id.v6i4.3905
Reboul, O. (2004). Introdução à retórica. Martins Fontes.
Sá, C. (1998). A Construção do Objeto de Pesquisa em Representações Sociais. Eduerj.
Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) (2023). Biblioteca Virtual do Meio Ambiente da Baixada Fluminense. http://www.bvambientebf.uerj.br/arquivos/guapi.htm
Downloads
Publicado
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2025 Profª. Ma. Raquel Ribeiro Costa da Cunha Ferreira, Prof. Dr Arthur Vianna Ferreira

Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição 4.0.

