O cesto dos tesouros em creche
experiências e reflexões
DOI:
https://doi.org/10.58041/aprender.222Palavras-chave:
cesto dos tesouros, explorações, creche, qualidade e bem estarResumo
Assumindo uma visão da criança dos 0 aos 3 anos de idade como uma criança ativa, competente e capaz, vive-se e problematiza-se a proposta do cesto dos tesouros (CT) em contexto de creche. Com base numa metodologia qualitativa, implementam-se cinco sessões do CT, tendo sido os dados recolhidos registados através de vídeos e notas de campo. A exploração de duas crianças de 12 e 18 meses com objetos não estruturados centrou-se em ações como agarrar, bater, deixar cair, deslocar objetos e/ou colocar na boca. Estes resultados sustentam o comprovado por autores da psicologia e do desenvolvimento infantil de que as crianças aprendem observando, agindo ativamente sobre, imitando, colocando hipóteses e comprovando-as ou refutando-as. Potencializando a ação espontânea das crianças e respeitando a sua capacidade de agir e tomar decisões sobre o que lhes diz respeito, os resultados apresentados contribuem para olhar o quotidiano da creche como um espaço potenciador da autonomia e do desenvolvimento da criança, com um tempo pedagógico com identidade própria que se (re)constrói na observação, escuta e relação e interação com o outro (objetos, pares, adulto(s)/educador) e com impacto na qualidade e bem-estar desejados.
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