O céu como espaço vivido

Percepções sobre o espaço celeste no cotidiano de Curitiba, Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.58041/aprender.235

Palavras-chave:

Céu, Espaço Celeste, Percepção, Cotidiano

Resumo

Pesquisar o céu por meio de uma abordagem geográfica cultural pode revelar a relação entre o universo simbólico presente no céu e as práticas cotidianas em diversas culturas. O estudo da percepção do espaço celeste como espaço vivido é possível por meio de uma abordagem fenomenológica, uma vez que possibilita entender as relações que as pessoas estabelecem com o céu, permitindo explorá-lo como parte do cotidiano do indivíduo, que busca nele, compreender sua própria existência. Em centros urbanos essa conexão tem sofrido com o “apagamento celeste” por meio da luminosidade e poluição, enquanto em comunidades tradicionais o apagamento do céu é político, visto que a cultura hegemônica desconsidera seus saberes por gerações. O trabalho objetiva aprofundar sobre a influência do céu nas relações sociais a partir das percepções dos indivíduos sobre o espaço celeste de Curitiba (Brasil). Ao situar o espaço celeste como um espaço geográfico é possível fazer um resgate dessa conexão em um mundo marcado pela pressa. A metodologia utilizada evocou a lugaridade do céu por meio de fotografias tiradas por nove pessoas, buscando o cotidiano, as territorialidades e as feições do céu na paisagem urbana. Ao registrar o céu e refletir suas experiências cotidianas, as pessoas tendem a criar um vínculo com o céu, restaurando conexões perdidas devido à expansão urbana.

Biografias do Autor

  • Adriano Duarte Dalmolin, Universidade Federal do Paraná

    Formado em Geografia Licenciatura pela UFPR (2023) e atualmente aluno do Bacharelado em Geografia também pela UFPR com passagem pelo curso de Geografia da UFSC. Possui graduação em Ciência da Computação pelo Centro Universitário FACVEST (2009). Aluno de Iniciação Científica no Latecre (Laboratório Território, Cultura e Representação) com participação no Programa de Residência Pedagógica da Geografia UFPR e no Coletivo de Estudos sobre Conflitos pelo Território e pela Terra (ENCONTTRA).

  • Dr. Marcos A. Torres, Universidade Federal do Paraná

    Possui graduação (licenciatura e bacharelado) em Geografia pela Universidade Federal do Paraná. Mestre e Doutor em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFPR. Atualmente é professor adjunto do curso de Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFPR, e coordena o Laboratório Território, Cultura e Representação (Latecre) do Departamento de Geografia. Exerceu o cargo de Coordenador do curso de graduação em Geografia da UFPR na gestão 2019-2021 e desde maio de 2023 coordena o Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFPR. Participa da rede de pesquisadores Núcleo de Estudos em Espaço e Representações (NEER) e integra os grupos de pesquisas: Espacialidades da Cultura (UFPR/CNPq); Geografia Humanista Cultural (UFF/CNPq); e Núcleo de Pesquisa em Religião (UFPR/CNPq). Seus trabalhos relacionam-se às abordagens culturais na Geografia, atuando principalmente nos seguintes temas: paisagem, cultura e arte.

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Publicado

30-06-2025

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Como Citar

Duarte Dalmolin, A., & Torres, M. A. (2025). O céu como espaço vivido: Percepções sobre o espaço celeste no cotidiano de Curitiba, Brasil. Aprender, 49, 79-92. https://doi.org/10.58041/aprender.235