50 números da revista Aprender
Um exemplo de ciência aberta e partilha de conhecimento com 38 anos de história
DOI:
https://doi.org/10.58041/aprender.267Palavras-chave:
revista Aprender, partilha de conhecimento, ciência abertaResumo
A revista Aprender é uma publicação científica da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS) do Politécnico de Portalegre (IPP). Criada em 1987, a revista tem vindo a afirmar-se como um espaço de divulgação de trabalhos nas áreas da Educação, das Ciências Sociais e das Humanidades, acolhendo contributos de investigadores, docentes, estudantes e profissionais interessados em refletir sobre as práticas educativas e sociais contemporâneas.
A revista é publicada em formato digital através da plataforma Open Journal Systems (OJS), o que assegura a gestão editorial moderna, o arquivo eletrónico e, sobretudo, o acesso livre e gratuito a todos os conteúdos. Esta opção consolida o compromisso da ESECS com os princípios da ciência aberta e da democratização do conhecimento, permitindo que qualquer leitor, em qualquer parte do mundo, possa consultar, descarregar e partilhar os artigos publicados.
De acordo com o seu Estatuto Editorial, disponível na sua página oficial (aprender.esep.pt), a revista tem como finalidade principal a publicação e divulgação de trabalhos científicos, pedagógicos e culturais que contribuam para o desenvolvimento da educação, da formação e das ciências sociais. Entre os princípios que orientam a sua atuação, e de acordo com o respetivo estatuto, destaca-se: i) a promoção da investigação e da reflexão crítica no domínio da educação e das ciências sociais, estimulando a troca de ideias e a partilha de práticas inovadoras; ii) o respeito pelos valores éticos da investigação científica, assegurando transparência, integridade e rigor académico em todos os textos publicados; iii) a garantia de pluralismo e liberdade científica, abrindo espaço a diferentes correntes teóricas e metodológicas; iv) a valorização da qualidade editorial, através da revisão por pares e da avaliação científica independente de todos os trabalhos submetidos; v) e, por fim, a adoção de um modelo de acesso aberto, sem custos de submissão ou publicação para os autores.
A revista tem, no seu acervo global, vários números temáticos — dedicados, por exemplo, à Educação Social, à Comunicação e Turismo ou à Educação de Infância — a par de submissões em fluxo contínuo, o que permite acolher artigos relevantes a qualquer momento, sem depender exclusivamente de edições fechadas. Adicionalmente, releva-se o facto de a revista acolher vários tipos de textos, com diferentes formatos, incluindo artigos científicos, ensaios teóricos, relatos de experiências e recensões críticas. A todos estes contributos são associados os respetivos DOI (Digital Object Identifier), garantindo a sua identificação permanente, indexação e citação internacional, reforçando assim a visibilidade dos trabalhos publicados, em linha com as boas e recomendadas práticas de publicação internacional no campo científico.
Paralelamente, a revista Aprender adota uma política de acesso aberto (Open Access) que reflete o seu compromisso com a disseminação livre e responsável do conhecimento. Os conteúdos são disponibilizados integralmente em formato digital, podendo ser consultados e descarregados sem restrições. Numa perspetiva institucional, esta política reforça a missão da ESECS e do IPP no domínio da publicação científica, tornando o conhecimento um bem público, acessível a todos e capaz de gerar valor social e educativo. Com efeito, ao divulgar gratuitamente as suas edições, a revista contribui para a atualização dos profissionais de educação, para a formação contínua de docentes, para académicos e profissionais transversalmente às ciências sociais, e para a consolidação de uma cultura de aprendizagem ao longo da vida.
De acordo com esta visão institucional, a revista Aprender enquadra-se nas orientações internacionais da Ciência Aberta, que preconizam a eliminação de barreiras económicas e institucionais ao acesso à informação científica, promovendo, desta forma, uma circulação mais justa e inclusiva do conhecimento, ampliando o impacto dos artigos e permitindo que os resultados da investigação sejam úteis para a comunidade científica e para os profissionais da educação e das ciências sociais.
A par de um percurso notável, já com 38 anos de existência e 50 números editados, os impactos e contributos para a comunidade científica e educativa podem ser agregados em torno de três dimensões de análise: 1ª) a articulação entre investigação e prática educativa, tendo em conta o seu carácter multidisciplinar e pedagógico, atuando como ponte entre investigação académica e prática educativa, divulgando não só estudos teóricos mas também relatos de experiências e boas práticas. Desta forma, o conhecimento produzido chega a contextos de ensino, instituições educativas e comunidades locais, contribuindo para a melhoria das práticas profissionais; 2ª) no plano da visibilidade e do impacto científico, a indexação em catálogos como o Latindex e a atribuição de DOI garantem maior visibilidade e reconhecimento aos autores, permitindo o aumento das citações e o fortalecimento da reputação científica da própria ESECS, além de que, o formato digital e a política de arquivo permanente asseguram também a preservação e a difusão internacional dos conteúdos; 3ª) e, por fim, a terceira dimensão a ter em conta concerne à democratização e equidade no acesso, uma vez que a publicação em acesso aberto elimina barreiras económicas e geográficas, permitindo que investigadores, professores e estudantes acedam ao mesmo conteúdo, independentemente da instituição a que pertencem, reforçando, desse modo, a equidade no acesso à informação e aproximando a academia da sociedade.
Todavia, a consolidação de uma qualquer revista científica em acesso aberto exige esforço contínuo de inovação e sustentabilidade. Neste particular, e em termos de desafios e perspetivas futuras, a revista Aprender terá de dirigir a sua ação futura para alguns dos aspetos entre os quais: a manutenção da qualidade editorial e do rigor científico, num contexto de crescente volume de submissões; o reforço da internacionalização, através da publicação de artigos em línguas estrangeiras e da cooperação com investigadores de outros países; a melhoria da indexação em bases internacionais e a implementação de métricas de impacto e de leitura; o fortalecimento da visibilidade institucional, através da divulgação mais ampla dos números e da integração em repositórios académicos; e a garantia de sustentabilidade técnica e financeira do modelo de acesso aberto, essencial para a continuidade da publicação.
A revista Aprender é hoje um exemplo sólido de como uma instituição de ensino superior, com o perfil e percurso institucional da ESECS, pode aliar rigor científico, inovação editorial e compromisso social. Esta revista tem desempenhado um papel central na valorização da investigação e da prática educativa, afirmando-se como um veículo de partilha de conhecimento e de promoção de uma cultura de aprendizagem aberta. O seu estatuto editorial, como vimos atrás, espelha princípios de qualidade, ética e pluralismo, enquanto o modelo open access assegura que o saber produzido na academia é devolvido à sociedade, contribuindo assim para o reforço do papel das instituições de ensino superior no processo de democratização do conhecimento e na construção de uma educação mais justa, participada e inovadora.
Por tudo isto, a revista Aprender distingue-se como uma das principais iniciativas editoriais da ESECS, contribuindo para a missão do Politécnico de Portalegre: criar, transmitir e difundir o conhecimento de modo a promover o desenvolvimento humano, social e cultural das comunidades, em articulação com os contextos regionais, nacionais e internacionais.
Está, pois, de parabéns a nossa revista Aprender, não só por ter atingido a sua emblemática edição nº 50, coincidente com o ano em que a ESECS perfaz 40 anos de existência, mas também, e sobretudo, pelo seu potencial de crescimento e afirmação no panorama das revistas científicas, quer no campo da Educação (com especial enfoque na formação de profissionais em educação básica, secundária e superior; educação social; serviço social; jornalismo e comunicação; turismo); quer no domínio das Ciências Sociais, reunido textos e contributos, de variada natureza, associadas a diversas problemáticas multidisciplinares.
Estou certo de que a revista Aprender prosseguirá a sua missão, mantendo regularidade editorial no domínio da produção e difusão de conhecimento científico com interesse e utilidade, não apenas para o universo académico, mas também para a sociedade, contribuindo, assim, para a promoção da reflexão científica, para a apropriação do conhecimento pelos agentes sociais que operam no terreno e para a transformação de práticas profissionais, em nome de uma sociedade mais informada e aberta à inovação.
dezembro de 2025
João Emílio Alves
Diretor da ESECS
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