Mapear (alguns) traços identitários de educadoras de infância a intervir no contexto de creche

tecer elos entre o pensar, sentir e agir

Autores

DOI:

https://doi.org/10.58041/aprender.219

Palavras-chave:

identidade profissional, creche, educadores de infância

Resumo

O presente artigo apresenta parte de uma investigação realizada no âmbito de uma tese de doutoramento e centra-se no profissionalismo docente e a identidade profissional de educadoras de infância a intervir no contexto de creche em Portugal. Para conseguirmos esse entendimento procurámos aceder ao conhecimento de alguns traços das suas trajetórias pessoais e profissionais e dos contextos onde atuam. A investigação é de natureza qualitativa e interpretativa, com opção metodológica pelo estudo de caso múltiplo. As técnicas privilegiadas na recolha de informação foram a observação, pesquisa documental, entrevistas semiestruturadas individuais. Os resultados revelam que as duas educadoras participantes: i) ­procuram atribuir à educação das crianças em contexto de creche uma especificidade fundamentada, o que efetivam através da afirmação de uma intencionalidade da ação educativa e da procura permanente da construção de um discurso educacional, no sentido de ultrapassar a visão assistencialista da intervenção que tende a prevalecer; ii) assumem os contextos educativos como agenciadores de relações entre crianças e adultos e como espaços onde têm vindo a aprender a sua profissão; iii) apresentam alguma dificuldade em situar-se em contextos mais amplos e diversificados, quer ao nível do estabelecimento educativo, quer ao nível da comunidade local.

Referências

Araújo, S., & Oliveira-Formosinho, J. (2020). A profissão de educador de infância: Desafios e complexidades no contexto contemporâneo. Porto Editora.

Araújo, S. (2015). Dimensões da pedagogia em creche: Princípios e práticas ancorados em perspetivas pedagógicas de natureza participativa. In J. Oliveira-Formosinho, & S. Araújo, Educação em Creche: Participação e Diversidade (pp. 29-74). Porto Editora.

Barbosa, M. (2021). Infância, Educação e Pedagogia Contemporânea. Pactor

Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo (5.ª ed.). Edições 70.

Biesta, G. (2015). Para Além do Aprendizado - Educação Democrática para um Futuro Humano. Autêntica Editora.

Bogdan, R., & Biklen, S. (1994). Investigação Qualitativa em Educação - uma introdução à teoria e aos métodos. Porto Editora.

Canário, R. (1999). O professor entre a reforma e a inovação. In: M. A. Bicudo, & C. A. Júnior, Formação do educador: organização da escola e do trabalho pedagógico (pp. 271-289). UNESP.

Canário, R. (2007). Formação e desenvolvimento profissional dos professores. In: Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, Conferência Desenvolvimento profissional de professores para a qualidade e para a equidade da Aprendizagem ao longo da Vida. (133-148).

Day, C., & Gu, Q. (2010). As Novas Vidas dos Professores. Porto Editora.

Dahlberg, Moss & Pence (2003). Qualidade na Educação da Primeira Infância – perspetivas pós-modernas. Artmed.

D’Espiney, R. (1997). Especificidades de um projeto de educação de infância itinerante. In M. Montenegro (org.), Educação de Infância e Intervenção Comunitária. Instituto das Comunidades Educativas.

Dias, S., & Costa, T. (2022). Profissionalidade Docente na Educação de Infância. Livraria Almedina.

Dubar, C. (1997). A socialização: a construção das identidades sociais e profissionais. Porto Editora.

Dubar, C. (2006). A crise das identidades: a interpretação de uma mutação. Edições Afrontamento.

Forman, G., & Fyfe, B. (2016). Aprendizagem negociada pelo design pela documentação e pelo discurso. In C. Edwards, L. Gandini, & G. Forman (org.), as cem Linguagens da Criança. A experiência de Reggio Emilia em transformação (Vol. 2, pp. 249- 271). Penso.

Formosinho, J., & Oliveira-Formosinho, J. (2020). Pedagogia da Infância: Teoria e Prática em Creche e Jardim de Infância. Porto Editora.

Fullan, M., & Hargreaves, A. (2000). A escola como organização aprendente: buscando uma educação de qualidade. Artmed.

Gonzalez-Mena, J. (2015). Fundamentos da Educação Infantil. Ensinando Crianças de uma Sociedade Diversificada (6.ª ed.). AMGH Editora, Ltda.

Graue, M. & Walsh, D. (2003). Investigação Etnográfica com Crianças: Teorias, Métodos e Ética. Fundação Calouste Gulbenkian.

Guimarães, D. & Leite, M. I. (1999). A pedagogia dos pequenos: uma contribuição dos autores italianos. 22.ª Reunião Anual da ANPED, Caxambu. www.anped.org.br.

Lima, L. & Guimarães, H. (2018). Identidade Profissional e Desenvolvimento Pessoal de Professores: Contribuições Contemporâneas.

Marques, A. (coord.), Azevedo. A., Marques, L. Folque, A. & Araújo, S. (2024). Orientações Pedagógicas para Creche. Ministério da Educação/Direção-Geral da Educação (DGE)

Marcelo Garcia, C., & Vaillant, D. (2009). Desarrollo profesional docente: cómo se aprende a enseñar? ES: Narcea, S.A. de Ediciones.

Nóvoa, A. (1991). O passado e o presente dos professores. In A. Nóvoa (org.), Profissão Professor (Porto Editora.

Oliveira-Formosinho, J. (2007). Pedagogia(s) da infância: reconstruindo uma praxis se participação. In J. Oliveira-Formosinho, T. Kishimoto & M. Pinazza, Pedagogia(s) da Infância – Dialogando com o passado, construindo o futuro (pp. 13-36). Artmed.

Oliveira-Formosinho, J., & Araújo, SB (2018). A Reconceitualização da Infância e o Papel do Educador de Infância. Pactor.

Ostetto, L. (org.) (2000). Encontros e encantamentos da educação infantil: Partilhando experiências de estágios. Papirus.

Portaria n.º 262/2011, de 31 de agosto. Diário da República n.º 167/2011, Série I de 2011-08 31, páginas 4338 – 4343. Ministério da Solidariedade e da Segurança Social.

Portugal, G. (2000). Educação de bebés em creche – Perspetivas de Formação Teóricas e Práticas. Infância e Educação. Investigação e práticas, 1, 85-106.

Sarmento, T. (1999). Percursos Identitários de Educadores de Infância em Contextos Diversificados – Cinco histórias de vida. [Dissertação de doutoramento, Instituto de Estudos da Criança. Universidade do Minho].

Sarmento, T. (2009). As identidades profissionais em educação de infância. Locus Soci@l, 2, 46 64.

Strauss, A., & Corbin, J. (2008). Pesquisa Qualitativa. Técnicas e procedimentos para o desenvolvimento de teoria fundamentada (2.ª ed.). Artmed.

Tardif, Maurice (2014), Saberes docentes e formação profissional (4ª ed.). Vozes.

Tomás, C. (2011). Há muitos mundos no mundo… Cosmopolitismo, Participação e Direitos das Crianças. Edições Afrontamento.

Tomás, C. (2017). Para além de uma visão dominante sobre as crianças pequenas: gramáticas críticas na educação de infância. Revista Humanidades & Inovação, 4 (1), 13-20.

Tristão, F. (2004). Ser professora de bebés: um estudo de caso em uma creche conveniada. [Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Santa Catarina]. http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/87179

Vasconcelos, T. (1997). Ao redor da mesa grande. A prática educativa de Ana. Coleção Infância. Porto Editora.

Vasconcelos, T. (2009). A Educação de Infância no Cruzamento de Fronteiras. Coleção Educação Hoje. Texto Editores, Lda.

Downloads

Publicado

17-12-2024

Edição

Secção

Tema central

Como Citar

Correia, I. (2024). Mapear (alguns) traços identitários de educadoras de infância a intervir no contexto de creche: tecer elos entre o pensar, sentir e agir. Aprender, 48, 9-21. https://doi.org/10.58041/aprender.219